O prazer de fumar um cigarro pode trazer consequências graves aos fumantes e seus descendentes.
A revista Plastic and Reconstructive Surgery (Cirurgia Plástica e Reconstrutiva), Janeiro 2006, publicou um artigo mostrando que os bebês filhos de mães que fumaram durante a gravidez tinham 31% mais probabilidade de nascer com anormalidades do que bebês de mães não-fumantes.
Quanto mais a mãe fumar, maior o risco.
Os doutores Li-Xing Man e Benjamin Chang da Universidade da Pensilvânia, Filadélfia, EUA, conduziram o estudo, sendo o maior a mostrar os efeitos entre fumar e bebês nascidos com defeitos nos dedos das mãos e pés.
Estima-se que cerca de 1 entre 600 bebês nasce com um dedo a mais, nas mãos ou nos pés, anormalidade chamada polidactilia.
Um entre 2000 a 2500 bebês tem sindactilia, ou dedos das mãos ou dos pés unidos por uma espécie de membrana.
Sabemos que fumar na gravidez produz abortos espontâneos, partos prematuros e bebês com baixo peso, mas ainda há alguma interrogação entre os cientistas se o fumo poderia causar defeitos nos dedos de bebês.
Para o estudo acima, os pesquisadores usaram dados que cobriam praticamente todos os bebês nascidos nos Estados Unidos entre 2001 e 2002.
De mais de 8 milhões de nascimentos conseguiu-se observar informações sobre hábitos de fumar em 6 milhões e 800 mil mães.
Encontrou-se que 6522 bebês tinham polidactlia, sindactilia e adactilia (ausência de dedos). Destas 6522 crianças, 1212 tiveram outras anormalidades e foram excluídas do estudo. Restaram 5171 crianças para a análise final.
Verificaram que os bebês nasceram com as anormalidades nos dedos não necessariamente em função das mães terem fumado na gravidez, porém quanto mais ela fumou, mais anormalidades gerais.
Os bebês cujas mães fumaram pelo menos 21 cigarros por dia tiveram o maior risco tendo 78% mais chances do que os bebês de mães não fumantes para nascerem com anormalidades nos dedos.
Entretanto, mesmo as fumantes leves – 10 cigarros por dia ou menos – tinham um risco 29% maior que as não fumantes para produzir aqueles defeitos nas crianças.
O American Journal of Epidemiology, 2006 January 4, publicou o trabalho “Cigarette Smoking and Incidence of First Depressive Episode: An 11 Year, Population-based Follow-up Study”
– “Fumar Cigarros e a Incidência de Primeiro Episódio Depressivo: Um Estudo de Seguimento de 11 anos na População”), feito por Klungsoyr O, Nygard JF, Sorensen T, Sandanger I, do Departamento de Ciências do Comportamento em Medicina, do Instituto de Ciências Médicas Básicas, Faculdade de Medicina, Universidade de Oslo, Noruega.
Analisaram em 1990 o surgimento da primeira crise de depressão e sua relação com o fumar cigarros em 2014 adultos que foram entrevistados quanto ao seu estilo de vida e saúde mental.
Em 2001 fizeram novamente as entrevistas por entrevistadores treinados alcançando 1190 pessoas.
Os casos estudados foram de pessoas que tiveram o primeiro episódio de depressão durante o período da pesquisa científica (entre 1990 e 2001).
O risco de depressão foi quatro vezes maior para fumantes pesados comparados com pessoas que nunca fumaram e quanto mais cigarros fumados por dia e fumantes por mais tempo, maior o risco de depressão.
Na edição de 29 Dezembro 2005 a revista Preventive Medicine publicou um trabalho feito entre 1993 e 1997 por equipe do Departamento de Saúde Pública e Cuidados Primários em Cambridge, Inglaterra, no qual analisaram dados de 308 homens e mulheres que tiveram derrame cerebral, tais como idade, sexo, perfil de risco de doenças cardiovasculares incluindo pressão arterial sistólica, índice de massa corporal, colesterol, história de diabetes e comportamento quanto ao tabagismo e consumo de álcool, verificando a mortalidade deles até Julho de 2004.
Eles queriam verificar a relação entre morte após um derrame cerebral e o hábito de fumar. Houve 100 mortes durante o tempo da pesquisa e os fumantes homens tiveram um risco maior de morrer do que as mulheres após o derrame independente de outros fatores de risco investigados.
Encontraram dados científicos suficientes para encorajarem as pessoas fumantes que tiveram derrame cerebral a pararem de fumar após o derrame.
Dr. Cesar Vasconcellos de Souza