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Sectarismo e Ecumenismo

Extremos perigosos para a igreja de Cristo. Dentre os diversos problemas ocorridos na igreja de Corinto, dois se destacam por serem opostos,

paradoxais. Se, por um lado, a divisão interna marcou aquela congregação, por outro, havia certa simpatia dos crentes em relação ao paganismo daquela cidade.

A respeito do sectarismo, vejamos o que lhes escreveu o apóstolo Paulo: “Cada um de vós diz: Eu sou de Paulo; ou, eu de Apolo; ou, eu sou de Cefas; ou, eu de Cristo. Será que Cristo está dividido?” (ICo.1.12-13).

O outro problema é apresentado na mesma carta:

“Porque, se alguém te vir a ti, que tens ciência, reclinado à mesa em templo de ídolos, não será induzido, sendo a sua consciência fraca, a comer das coisas sacrificadas aos ídolos”? (ICo.8.10).

“Não podeis beber do cálice do Senhor e do cálice de demônios; não podeis participar da mesa do Senhor e da mesa de demônios”. (ICo.10.21).

Dentro da igreja, os irmãos criavam grupos com barreiras entre si. Fora da igreja, queriam participar das refeições com a carne de animais sacrificados aos ídolos, tendo comunhão com os idólatras em seus festins pagãos.

Precisamos ser cuidadosos para não cairmos em um desses extremos. Se por um lado o denominacionalismo protestante ou evangélico tem se caracterizado por divisões e barreiras entre os cristãos, por outro, o ecumenismo tem crescido, como se fosse possível a comunhão dos cristãos protestantes com outras religiões e seitas, inclusive com a Igreja Católica Apostólica Romana.

Precisamos evitar tais extremos. Conquanto seja importante impedir o afastamento entre os evangélicos, é igualmente necessário que se abstenha da mistura proposta pelo ecumenismo. Um erro é valorizar apenas a minha maneira de cultuar a Deus, desprezando assim outros irmãos em Cristo. Outro erro é pensar que todos os caminhos levam a Deus, aceitando a idolatria ou sendo conivente com ela.

Isto não significa que estejamos impedidos de entrar em templos e outros locais de culto, quando convidados. Entretanto, não podemos ser omissos na pregação da verdade. Jesus entrava nas sinagogas, mas não evitava o confronto com os fariseus e saduceus. Paulo, da mesma forma, pregou o evangelho nas sinagogas e, por isso, foi expulso de muitas delas.

Não quero dizer que devamos combater a religião alheia. Devemos ser tolerantes, mas não participantes. Não podemos ser cúmplices da idolatria. De outro modo, teria sido em vão a Reforma Protestante realizada por Lutero, Calvino, Zwinglio e outros líderes do século XVI?

O apetite carnal levava os coríntios às mesas dos ídolos. O que leva os crentes à comunhão ecumênica? Será interesse político, financeiro, ou apenas ignorância? Só Deus sabe. Mas foi uma atitude semelhante a essa que destruiu o ministério de Sansão. Sua comunhão com os filisteus foi tão íntima e constante, que seu segredo foi revelado, seus cabelos foram cortados, sua força acabou, seus olhos foram vazados e sua última apresentação foi como prisioneiro no templo de Dagon. Seu final só não foi pior porque Deus interferiu no último instante.

Os interesses políticos e comerciais de Israel, no tempo do Antigo Testamento, foram motivos de alianças com povos vizinhos. Em muitos casos, a consequência foi a adoção de ídolos estrangeiros e o sincretismo religioso que prevaleceu a despeito da oposição dos grandes profetas. Tudo isso conduziu o povo de Deus à derrota diante dos inimigos, depois ao cativeiro e à dispersão.

Na segunda epístola aos coríntios, Paulo os adverte, dizendo:

“Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? ou que comunhão tem a luz com as trevas? Que harmonia há entre Cristo e Belial? ou que parte tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de Deus com ídolos? Pois nós somos santuário de Deus vivo, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Senhor; e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei”. (2Co.6.14-17).


Anísio Renato de Andrade
Bacharel em Teologia

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