Os filhos, mesmo nascendo do mesmo ventre e sendo gerados pelos mesmos pais, não são iguais.
Cada um tem suas peculiaridades. Para educá-los precisamos adotar os mesmos princípios, mas nem sempre usar os mesmos métodos. O que pode ser pesado demais para um, pode ser leve demais para outro. Comparar os filhos, portanto, é uma atitude imprudente. Exigir dos filhos o mesmo desempenho pode tornar-se uma tirania. Por exemplo: Dois filhos estudam na mesma classe e fazem prova da mesma matéria, no mesmo dia. Um tira dez e o outro sete. Pode ser que aquele que tirou sete tenha estudado mais do que aquele que tirou dez. É que eles têm capacidades diferentes e habilidades distintas. Então os pais podem exigir deles o mesmo empenho, mas nunca o mesmo desempenho. Aliás, comparar os filhos é sempre uma atitude perigosa, porque essa postura, longe de construir pontes de amizade entre os filhos, levanta muros de separação. Não resta dúvidas que a disputa gera ciúmes e inveja. Privilegiar um filho em detrimento a outro pode abrir feridas profundas na alma e deixar sequelas permanentes. Os pais devem tratar os filhos com a mesma firmeza e doçura. Devem educá-los sob os mesmos princípios e com os mesmos valores. Porém, devem respeitar a individualidade dos filhos e observar suas peculiaridades. Os pais devem usar as mesmas normas, mas nem sempre os mesmos métodos. É oportuno lembrar aqui a atitude errada de Isaque e Rebeca com respeito à criação de seus filhos Esaú e Jacó. O pai amava mais o primogênito e a mãe mais o caçula. Essa preferência dos pais, acabou afastando Isaque de Rebeca e jogando um filho contra o outro. Todos saíram perdendo. Feridas foram abertas. Mágoas foram alimentadas. Distanciamento foi imposto. É digno de nota que o mesmo erro foi cometido mais tarde por Jacó. Ele amava mais a José do que aos seus outros filhos. Isso alimentou ódio no coração dos demais filhos de Jacó por José, culminando em sua venda como um escravo para o Egito. É claro que Deus transformou esse mal em bem, mas toda a família sofreu durante mais de duas décadas as consequências desse desvario. É preciso dizer, com diáfana clareza, que o nosso lar precisa ser um canteiro fértil para se cultivar a amizade nos relacionamentos e não a hostilidade. Embora sendo nós diferentes uns dos outros, somos uma só família. A despeito de nossas fraquezas, precisamos amar uns aos outros. Por causa dos nossos flancos vulneráveis, precisamos proteger uns aos outros. A família precisa ser um lugar de aceitação e acolhimento. Um lugar de enfrentamento e encorajamento. Precisamos ter a dureza do diamante e a sensibilidade da seda. Precisamos confrontar em particular e defender em público. Precisamos amar e perdoar. Advertir e consolar. Conduzir e restaurar. Como pais, precisamos conhecer os nossos filhos. Precisamos abrir avenidas de comunicação com eles, a fim de auscultar suas alegrias mais doces e suas tristezas mais doídas. Precisamos ser amigos de nossos filhos, a fim de que encontrem em nós um porto seguro na hora de suas crises mais medonhas. Precisamos dar aos nossos filhos não apenas o melhor desta terra, mas oferecer-lhes também as iguarias do céu. Precisamos pregar para eles e interceder por eles. Precisamos trazer Deus para os nossos filhos e conduzi-los a Deus por meio da oração. Oh, que Deus nos ajude a cuidar de nossa casa com santo zelo e ternura. Que jamais falte em nosso coração a disposição para amar. Que jamais falta em nossos lábios palavras de alento. Que jamais falte em nossas mãos a prontidão para ajudar. Que jamais falta em nossas ações a resolução de socorrer. Que jamais falte em nossos planos uma entrega incondicional a Deus, para que ele cumpra em nós o seu querer e faça de nós um instrumento em suas mãos, a fim de sermos um exemplo e uma bênção dentro do nosso lar. Retirado do site do Rev. Hernandes Dias Lopes