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Emanuel

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (Is 7.14). Isaías 7.14 foi

anunciado em circunstâncias muito estranhas. Essa declaração não foi dada a um rei que amava o Senhor e seguia a lei, mas ao mau rei Acaz, que havia levado o povo de Judá a práticas idólatras. Por isso, Isaías 8.19 adverte o povo governado por Acaz: “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos, que chilreiam e murmuram, acaso, não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos?”.

Em 2 Reis 23.12 lemos sobre as más ações do rei Acaz, mais tarde destruídas pelo rei Josias: “Também o rei derribou os altares que estavam sobre a sala de Acaz, sobre o terraço, altares que foram feitos pelos reis de Judá, como também os altares que fizera Manassés nos dois átrios da Casa do Senhor; e, esmigalhados, os tirou dali e lançou o pó deles no ribeiro de Cedrom”. Ainda assim, Acaz recebeu uma poderosa revelação, que ele deveria ter pedido ao Senhor como um sinal: “E continuou o Senhor a falar com Acaz, dizendo: Pede ao Senhor, teu Deus, um sinal, quer seja embaixo, nas profundezas, ou em cima, nas alturas” (Is 7.10-11). Mais uma vez vemos aqui a misericórdia e a graça de Deus: apesar de tudo, Acaz recebeu uma chance. Mas o coração de Acaz estava endurecido e seu entendimento, toldado. Ele não compreendeu o propósito de Deus para o povo de Judá e Israel, nem via a terrível escuridão que pairava sobre todo o mundo gentílico. Em outras palavras: ele não se importava. Por isso respondeu: “Não o pedirei, nem tentarei ao Senhor” (v.12).

Não obstante, Deus proclamou a sua profecia: “Então, disse o profeta: Ouvi, agora, ó casa de Davi: acaso, não vos basta fatigardes os homens, mas ainda fatigais também ao meu Deus? Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel” (v.13-14). Emanuel significa “Deus conosco” ou “Conosco está Deus”. Para o rei Acaz e o povo de Israel, essa era uma clara lembrança da promessa de Deus a Moisés: “Suscitar-lhes-ei um profeta do meio de seus irmãos, semelhante a ti, em cuja boca porei as minhas palavras, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar” (Dt 18.18). Essa profecia havia sido dada mais de 700 anos atrás, antes que Isaías anunciasse mais detalhes sobre o Messias e destacasse o milagre do nascimento virginal.

As palavras de Isaías cumpriram-se 742 anos depois: “Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco)” (Mt 1.20-23).

Lemos novamente o nome Emanuel, e ainda assim José teve que dar-lhe o “nome de Jesus”. Qual era a diferença? Mateus 1.20-23 é simplesmente uma revelação mais precisa. Jesus é a tradução grega da palavra hebraica Yeshua, que significa “Javé salva”. Ela expressa a salvação pessoal com base na Nova Aliança. O profeta Jeremias anunciou essa Nova Aliança mais de 600 anos antes do nascimento de Cristo: “Eis aí vêm dias, diz o Senhor, em que firmarei nova aliança com a casa de Israel e com a casa de Judá” (Jr 31.31).

A profecia de Isaías sobre o vindouro Messias Emanuel foi dada numa época de grande decadência moral, em que Israel estava ameaçado de ser destruído por seus inimigos. Isaías anunciou o fim do reino de Israel: “Mas a capital da Síria será Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim, e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será destruído e deixará de ser povo” (Is 7.8). A nação de Efraim desaparecerá. Efraim representa o reino das dez tribos, Israel, como mostra o versículo seguinte: “A capital de Efraim será Samaria” (v.9). Samaria era a capital do reino das dez tribos.

À profecia sobre o Messias vindouro seguiu-se o motivo pelo qual Efraim (ou Israel) havia sido condenado: porque “Efraim se separou de Judá” (v.17). Lembramos da profecia de Jacó em seu leito de morte: “Judá, teus irmãos te louvarão; a tua mão estará sobre a cerviz de teus inimigos; os filhos de teu pai se inclinarão a ti. Judá é leãozinho; da presa subiste, filho meu. Encurva-se e deita-se como leão e como leoa; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o bastão de entre seus pés, até que venha Siló; e a ele obedecerão os povos” (Gn 49.8-10).

Muitas vezes usamos o termo “judeu” de forma errada, aplicando-o a todas as doze tribos de Israel antes de Judá ter sido conduzido ao cativeiro babilônico. Mas a palavra “judeu” só se aplicava àqueles que tinham sido integrados à tribo de Judá.

A Escritura deixa claro que a identidade das doze tribos de Israel estava centralizada unicamente em Judá, o que significava que todos os israelitas deveriam se tornar judeus. Muitas vezes usamos o termo “judeu” de forma errada, aplicando-o a todas as doze tribos de Israel antes de Judá ter sido conduzido ao cativeiro babilônico. Mas a palavra “judeu” só se aplicava àqueles que tinham sido integrados à tribo de Judá. Isto é reforçado em 2 Crônicas 15.9: “Congregou todo o Judá e Benjamim e também os de Efraim, Manassés e Simeão que moravam no seu meio, porque muitos de Israel desertaram para ele, vendo que o Senhor, seu Deus, era com ele”.

Mas o juízo também foi anunciado para Judá: “Em vista de este povo ter desprezado as águas de Siloé, que correm brandamente, e se estar derretendo de medo diante de Rezim e do filho de Remalias, eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do Eufrates, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; águas que encherão o leito dos rios e transbordarão por todas as suas ribanceiras. Penetrarão em Judá, inundando-o, e, passando por ele, chegarão até ao pescoço; as alas estendidas do seu exército cobrirão a largura da tua terra, ó Emanuel” (Is 8.6-8). Isso soa como se Isaías tivesse interrompido sua mensagem de juízo ao exclamar “Emanuel!”.

Somente a presença do Deus vivo entre nós pode nos livrar do terrível juízo que um dia virá sobre este mundo. Isto é uma boa notícia para todos que crêem em Jesus Cristo, pois Ele prometeu: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.20). Isso vale para quem crê em Emanuel. Ele nunca nos abandonará. Louvado seja Deus, Cristo, Emanuel: Deus conosco!

Isaías não deixou de dar uma descrição detalhada de Emanuel: “Ele vos será santuário; mas será pedra de tropeço e rocha de ofensa às duas casas de Israel, laço e armadilha aos moradores de Jerusalém. Muitos dentre eles tropeçarão e cairão, serão quebrantados, enlaçados e presos” (Is 8.14-15). Esta profecia fascinante revela, por um lado, que Ele será um santuário para Israel e que, por outro lado, será também “pedra de tropeço e rocha de ofensa”. No Novo Testamento lemos sobre o cumprimento: “Como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido” (Rm 9.33).

Um ponto importante é o fato de Isaías mencionar “as duas casas de Israel”, o que se refere a Judá e ao reino das dez tribos, Israel. Mesmo que Israel, o reino das dez tribos, tenha deixado de existir como nação independente, todos os que se ligaram à tribo de Judá mantiveram sua própria identidade. Vemos isso em Apocalipse 7.

O Messias de Israel, santuário e pedra de tropeço, aparecerá ao povo que anda em trevas: “O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz” (Is 9.2). É surpreendente que esse trecho fale do povo escolhido Israel, o povo sobre o qual Moisés disse: “Porque sois povo santo ao Senhor, vosso Deus, e o Senhor vos escolheu de todos os povos que há sobre a face da terra, para lhe serdes seu povo próprio” (Dt 14.2). Se esse povo está em trevas, quão profundas devem ser as trevas que nós, como gentios, enfrentamos!

Aparentemente hoje em dia a Igreja de Jesus está acostumada a não pensar em quão absoluta é a perdição do homem. Podemos ter orgulho das coisas que possuímos e conseguimos, mas todas elas também estão em trevas, mais do que podemos imaginar. Efésios 2.12 descreve nossa situação desesperada: “Naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo”. Mas fico muito contente com a esperança transmitida pelo versículo seguinte: “Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, fostes aproximados pelo sangue de Cristo” (v.13). O Messias não veio somente para Israel, mas para todo o mundo: “Para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16).

O maior perigo para o mundo de hoje decorre do seu desconhecimento a respeito da sua posição diante do Deus de Israel. Se os políticos e grandes homens deste mundo tivessem a mais leve noção da sua perdição como pessoas e como nações, certamente se arrependeriam em panos de saco e cinzas. Mas o orgulho impede a grande maioria da humanidade de chegar ao abençoado reconhecimento de serem pecadores, perdidos para toda eternidade e sujeitos a Satanás e seus truques maliciosos – sem qualquer chance de libertar-se por suas próprias forças. Mas há uma saída, a saber, por meio dAquele que diz: “Eu sou o caminho”.

O orgulho impede a grande maioria da humanidade de chegar ao abençoado reconhecimento de serem pecadores, perdidos para toda eternidade e sujeitos a Satanás e seus truques maliciosos – sem qualquer chance de libertar-se por suas próprias forças.

Se você ainda não permitiu que Jesus Cristo tomasse o seu ego orgulhoso, egoísta e arrogante para transformá-lo pelo poder do Espírito Santo, então você está correndo grande perigo. Sem Jesus, sem Emanuel, você deve contar com uma condenação eterna e terrível. Que o Senhor lhe conceda luz para encontrar a saída das assustadoras trevas do vale da sombra da morte para a Sua maravilhosa luz!

O profeta Isaías então continuou a anunciar juízo, opressão, guerra, sangue e fogo, até que de repente disse: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Is 9.6). Esse é o menino anunciado em Isaías 7.14: “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel”. Esse é Aquele que anunciou depois da Sua ressurreição: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra” (Mt 28.18).

Hoje ainda não temos a manifestação visível do poder de Cristo na terra. Não é Ele que governa o mundo; esse posto é de Santanás, o príncipe das trevas e senhor deste mundo – como a Escritura deixa claro. Ainda assim Satanás não consegue anular a autoridade de Jesus Cristo. Suas possibilidades e seu tempo são limitados.

Quando lemos que “...o governo está sobre seus ombros”, sabemos que isso acontecerá com certeza. É inquestionável: a realização desta profecia é apenas uma questão de tempo terreno. Não há dúvida de que aqui Isaías fala de Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus. E considere também as outras descrições do Seu nome: “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Esse é Emanuel!

Maravilhoso Conselheiro: no Salmo 119.129-130 lemos: “Admiráveis são os teus testemunhos... A revelação das tuas palavras esclarece e dá entendimento aos simples”. O “Maravilhoso” é idêntico ao Verbo de Deus encarnado, apresentado por João nos primeiros versículos do seu Evangelho: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez... E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1.1-3,14).

Isaías 40 mostra a sabedoria do Senhor, e no versículo 14 lemos: “Com quem tomou ele conselho, para que lhe desse compreensão? Quem o instruiu na vereda do juízo, e lhe ensinou sabedoria, e lhe mostrou o caminho de entendimento?”. Mais tarde, no Novo Testamento, Paulo descreve o “Maravilhoso Conselheiro”: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos! Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro? Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído? Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Rm 11.33-36). Nosso Senhor Jesus Cristo é o princípio de todas as coisas. Ele também é iniciador e consumador da nossa fé, ele é o “Maravilhoso Conselheiro” em pessoa!

Deus Forte: Salmo 50.1 mostra o forte e poderoso Deus como o Criador, que trouxe todas as coisas à vida. Isaías também menciona o Deus forte em conexão com o futuro de Israel, com o momento em que acontecerá a conversão nacional desse povo: “Os restantes se converterão ao Deus forte, sim, os restantes de Jacó” (Is 20.21). Quando Jacó se dirigiu a José ao abençoar seus doze filhos, ele disse: “O seu arco, porém, permanece firme, e os seus braços são feitos ativos pelas mãos do Poderoso de Jacó, sim, pelo Pastor e pela Pedra de Israel” (Gn 49.24). O Poderoso de Jacó é Emanuel, Deus conosco – Jesus Cristo.

Pai da Eternidade: Quando Jesus disse: “Eu e o Pai somos um” (Jo 10.30), Ele demonstrou que Seu nome também é “Pai da Eternidade”. Isaías 63.16 diz: “Mas tu és nosso Pai... tu, ó Senhor, és nosso Pai; nosso Redentor é o teu nome desde a antiguidade”.

Príncipe da Paz: Em todas as épocas, as pessoas ansiaram e buscaram por paz para a humanida de. Todas as nações descrevem a si mesmas como amantes da paz ou pacíficas. Mas quando olhamos mais de perto, descobrimos que essa descrição está muito longe da realidade. Uma nação pode até se considerar pacífica, mas isso não significa que os outros concordem. Estes talvez a vejam como uma nação brutal. Em outras palavras: a paz que o homem anuncia não é a paz de Deus. Há um problema em todo e qualquer acordo ou anúncio de paz. Todos eles tratam de inúmeros problemas e variantes, mas nenhum trata do único problema que realmente importa: o pecado! Não pode haver paz na terra enquanto o problema do pecado não tiver sido resolvido. A Bíblia diz que a nossa justiça é como trapo de imundícia (Is 64.5).

Não devemos nunca falar de paz de forma leviana, pois ela tem um alto preço; não é o preço dos soldados que lutam com armas de guerra, mas o preço pago pelo Filho de Deus, que deu Sua vida e Seu sangue na cruz do Gólgota.

A paz descrita na Bíblia é diferente. Jesus disse: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como a dá o mundo. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize” (Jo 14.27). Jesus Cristo enfatizou a diferença clara entre a paz que Ele nos dá e a paz oferecida pelo mundo. Simplesmente não há paz na terra; nunca houve nem nunca haverá paz enquanto o pecado não for removido. É exatamente o que Jesus fez. Nosso Príncipe da Paz é o único que salva do pecado, pois Ele pagou o preço: “O qual se entregou a si mesmo pelos nossos pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso, segundo a vontade de nosso Deus e Pai” (Gl 1.4).

O mundo nunca produzirá paz, pois sua natureza é pervertida, má e pecaminosa. Por isso, o anseio do mundo pela paz é um sonho impossível de se tornar realidade. A personificação da verdadeira paz é: “Ele (Jesus Cristo) é a nossa paz” (Ef 2.14).

Não devemos nunca falar de paz de forma leviana, pois ela tem um alto preço; não é o preço dos soldados que lutam com armas de guerra, mas o preço pago pelo Filho de Deus, que deu Sua vida e Seu sangue na cruz do Gólgota. Nele está o único caminho que pode trazer paz ao mundo, e o cumprimento daquilo que os pastores ouviram nos campos em Lucas 2.10,14: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo... Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem”. Ainda não há “paz na terra”, não há “boa vontade de Deus entre os homens” – mas ela virá!

Em Isaías 9.7 o profeta testifica o que Emanuel, a criança chamada de “Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” fará um dia: “Para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto”! (Arno Froese)

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